Imagine começar o dia com um chá quentinho ou aquele cafezinho reconfortante… e, sem saber, estar ingerindo dezenas de partículas de plástico. Pois é. Uma nova pesquisa acaba de revelar um dado alarmante: bebidas populares que fazem parte da nossa rotina estão repletas de microplásticos – e algumas mais do que outras.
Prepare-se: o que parecia inofensivo agora acende um alerta sobre o que estamos colocando para dentro, literalmente.
Café e chá quente: os campeões de microplásticos
Se você é do time que não abre mão de uma xícara de chá ou café bem quente, talvez seja hora de rever alguns hábitos. De acordo com cientistas da Universidade de Birmingham, bebidas quentes foram as que apresentaram os maiores níveis de microplásticos entre todas as testadas.
O estudo avaliou 155 bebidas vendidas em supermercados e cafeterias — de sucos a energéticos, passando por refrigerantes e cafés gelados — e descobriu que:
- O chá quente em copos descartáveis lidera o ranking, com até 81 micropartículas por litro
- Já o café quente aparece logo atrás, com até 57 MPs por litro
E tem mais: as marcas que usam sachês de chá “premium” são, ironicamente, as que mais liberam partículas de plástico na bebida.
E as bebidas geladas? Elas também não escapam
O que parecia ser uma alternativa mais segura, como chás ou cafés gelados, também mostrou contaminação – embora menor do que as versões quentes. Isso acontece porque o calor contribui para que materiais como plástico, cola e papel se degradem mais rápido.
Veja a média de microplásticos por litro em outras bebidas analisadas:
- Chá gelado: 24 a 38 MPs
- Café gelado: 31 a 43 MPs
- Suco de frutas: 19 a 41 MPs
- Energéticos: 14 a 36 MPs
- Refrigerantes: 13 a 21 MPs
Ou seja, não importa se a bebida vem em latinha, garrafa PET ou copo de papel: os microplásticos estão lá – e o pior, invisíveis aos nossos olhos.
De onde vem esse plástico todo?
A principal fonte do problema? O próprio recipiente. Copos descartáveis, principalmente os de papel com revestimento plástico interno, são os grandes vilões. Mas há outros fatores:
- Altas temperaturas aceleram a liberação de partículas
- Sachês de chá com nylon ou PET contribuem ainda mais
- Processos de fabricação e embalagens também deixam resíduos
Inclusive, o mesmo estudo revelou que o plástico encontrado nas bebidas supera, em muitos casos, o que se detecta na água potável (tanto da torneira quanto engarrafada). Ou seja: estamos bebendo plástico sem saber.
O que tudo isso significa para a nossa saúde?
Essa é a pergunta que assusta — e ainda não tem resposta definitiva. O que se sabe até agora é que microplásticos já foram encontrados em:
- Sangue humano
- Cérebro
- Pulmões
- Placenta
- E até nos testículos (!!!)
Segundo os pesquisadores, ainda faltam estudos conclusivos sobre os efeitos a longo prazo. Mas, como diz o ditado: “onde há fumaça, há fogo”. E ingerir plástico diariamente não parece ser uma boa ideia, né?
Dá para reduzir a exposição? Sim, e sem complicação
Se você está se perguntando o que fazer com tudo isso, calma! Algumas mudanças simples no dia a dia já ajudam bastante:
- Prefira canecas de vidro ou inox ao invés de copos descartáveis
- Use sachês de chá naturais ou folhas soltas com infusor de metal
- Evite bebidas quentes em recipientes plásticos
- Leve sua garrafa reutilizável com água filtrada
- Reaqueça bebidas em recipientes próprios para altas temperaturas
Além de diminuir sua ingestão de microplásticos, você ainda contribui para o meio ambiente. É um cuidado duplo: com você e com o planeta.
Conclusão: é hora de repensar o que a gente bebe
Pode parecer exagero à primeira vista, mas não é. A ciência está mostrando que os microplásticos estão em todos os lugares – inclusive nas bebidas que a gente consome todo dia, sem imaginar o que tem ali.
Não dá pra viver no pânico, claro. Mas dá sim pra fazer escolhas mais conscientes. E o primeiro passo é a informação. Agora que você já sabe, que tal repensar o próximo cafezinho no copo descartável?
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Fontes: Universidade de Birmingham, The Independent
