Tem pratos que, mesmo sendo simples, carregam história, afeto e memórias. A salada de batata é um deles. Ela está presente nos almoços de domingo, nos churrascos de família e até na marmita de quem gosta de comida caseira. E, embora cada um tenha sua receita favorita, o segredo está em entender a base tradicional e, a partir dela, criar a sua versão — com a sua cara.
A tradição que atravessa gerações
Cresci vendo minha mãe preparar salada de batata como se fosse um ritual. Ela escolhia batatas firmes, cozinhava até o ponto certo e temperava ainda mornas, para que absorvessem melhor os sabores. Sal, pimenta e, às vezes, um toque de tempero pronto davam aquela “assinatura” familiar que todo mundo esperava.
Essa simplicidade é a alma da salada de batata tradicional: poucos ingredientes, mas atenção total ao ponto e ao tempero. É por isso que, até hoje, uma boa salada de batata consegue roubar a cena em qualquer refeição.
Minha virada de chave
Tudo mudou quando, em uma viagem, experimentei a salada de batata ao estilo europeu: menos maionese, mais frescor. Era feita com um fio de azeite de oliva, um pouco de suco de limão, ervas frescas e, no lugar do excesso de gordura, um toque de creme azedo ou iogurte. A textura era leve, o sabor equilibrado e cada garfada trazia um frescor surpreendente.
Voltei pra casa decidido a criar minha própria versão. Mantive a base que aprendi com minha mãe — temperar as batatas ainda mornas — mas acrescentei ingredientes que lembravam aquela experiência: azeite de boa qualidade, ervas como salsinha e cebolinha, e um mix de maionese com iogurte para deixar tudo mais suave.
Receita da minha salada de batata especial
Rendimento: 6 porções
Tempo de preparo: 40 minutos
Ingredientes:
- 1 kg de batata asterix ou inglesa
- 200 g de bacon picadinho
- 3 colheres (sopa) de azeite extra virgem
- Suco de ½ limão
- ½ xícara (chá) de maionese
- ½ xícara (chá) de iogurte natural ou sour cream
- 1 dente de alho pequeno bem picado ou ralado
- ½ cebola roxa pequena picada bem miúda (opcional)
- ½ xícara (chá) de azeitonas pretas sem caroço cortadas ao meio (opcional)
- 3 colheres (sopa) de salsinha ou cebolinha picada
- Sal e pimenta-do-reino a gosto
Modo de preparo:
- Lave bem as batatas e cozinhe com a casca em água e sal até que fiquem macias, mas sem desmanchar (o garfo deve entrar com facilidade, mas a batata ainda deve estar firme).
- Escorra, deixe amornar e, quando conseguir manusear, retire a casca. Corte em cubos médios e coloque em uma tigela grande.
- Em seguida, doure o bacon, escorra a gordura e reservas os pedacinhos de bacon até esfriar.
- Tempere as batatas ainda mornas com sal, pimenta, azeite e suco de limão. Misture delicadamente para não quebrar os pedaços.
- Em uma tigela à parte, misture a maionese, o iogurte e o alho até formar um creme homogêneo. Em seguida, despeje sobre as batatas e envolva delicadamente com uma espátula.
- Acrescente a cebola roxa, os pedacinhos de bacon e as ervas frescas. Misture novamente e ajuste o sal e a pimenta se necessário. Eu não usei as azeitonas porque não gosto, mas se quiser adicionar, é nesse momento que você coloca.
- Cubra e leve à geladeira por pelo menos 30 minutos antes de servir — assim os sabores ficam mais intensos.
O que servir junto
A salada de batata é o coringa das refeições. Vai bem com churrasco, frango assado, peixe grelhado e até pratos mais rústicos, como linguiça artesanal ou carne de panela. No verão, acompanha perfeitamente uma mesa de saladas frias. E, se sobrar, é só guardar na geladeira: no dia seguinte, o sabor fica ainda melhor.
Considerações finais
Respeitar a tradição é importante, mas colocar seu toque pessoal é o que transforma a receita em algo único. A salada de batata perfeita não é sobre seguir uma fórmula rígida, e sim sobre entender o que a torna especial e adaptá-la ao seu paladar.
Pode ser com bastante maionese, mais leve com iogurte, temperada com ervas diferentes ou com um ingrediente surpresa. O importante é que, ao servir, ela traga aquela sensação de comida feita com carinho — e que arranque elogios antes mesmo da primeira garfada.
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