Focaccia de fermentação natural com alecrim: a receita que vai perfumar sua casa

Poucas receitas despertam tantos sentidos quanto uma boa focaccia de fermentação natural. Crocante por fora, leve e aerada por dentro, com o aroma do alecrim invadindo a cozinha — é o tipo de pão que conquista no primeiro pedaço.

Feita com levain, essa focaccia leva tempo, mas devolve em sabor e textura tudo o que você investiu. Neste artigo, você vai aprender como fazer a versão clássica com alecrim e azeite, respeitando o tempo de cada fermentação, a escolha da farinha e os detalhes que fazem toda a diferença no resultado final.

Leia também: Tipos de Farinha de Trigo: Guia Técnico, Classificações e Como Escolher a Ideal

Por que você vai amassar essa receita de focaccia de fermentação natural

O aroma do alecrim e a crocância da casca

Logo nos primeiros minutos de forno, o perfume do alecrim fresco misturado ao azeite começa a tomar conta da cozinha. A casca fina e crocante, levemente caramelizada, cria contraste com o interior úmido e macio. Comer uma fatia ainda morna é quase um ritual.

A mágica das fermentações longas com levain

Usar fermento natural nessa receita transforma tudo. O levain traz leveza, digestibilidade e uma complexidade de sabor que o fermento biológico simplesmente não alcança. A fermentação lenta desenvolve notas que vão do frutado ao amanteigado — sem pressa e sem truques.

Textura leve, sabor profundo e fermento vivo

O resultado final é uma massa cheia de alvéolos, com estrutura elástica e miolo aerado. Mais do que isso, é uma receita viva, que responde à temperatura, ao tempo e à farinha. A cada fornada, você se conecta com o processo. E com um pouco de prática, transforma sua cozinha em uma padaria artesanal.

Ingredientes e utensílios para a focaccia perfeita

Fazer uma focaccia de fermentação natural começa com boas escolhas. A qualidade da farinha, o tipo de azeite e até o sal fazem diferença no sabor e na textura final. Mas não se preocupe: com os ingredientes certos e alguns utensílios simples, você estará pronto para amassar com segurança.

  • 500g de farinha de trigo (nacional forte – ex: Moinho Globo, Venturelli)
  • 350g de água (70% de hidratação – ajuste conforme a farinha)
  • 100g de levain ativo (refrescado e no auge de atividade)
  • 10g de sal marinho ou sal fino
  • 40g de azeite extravirgem (30g para a massa + 10g para regar)
  • 2 ramos grandes de alecrim fresco (um para a massa, outro para finalizar)
  • Sal entrefino a gosto (para polvilhar por cima antes de assar)
  • 1 colher de sopa extra de azeite para untar o tapete ou forma

Farinhas nacionais x importadas: qual usar

Se você quer uma focaccia leve e cheia de alvéolos, a força da farinha é fundamental. Para farinhas nacionais com W acima de 280, como Moinho Globo e Venturelli, o ideal é trabalhar com hidratação entre 65% e 70%. Já para farinhas importadas mais fortes, com W acima de 320, é possível subir para 75% ou até 80% de hidratação, o que deixa a massa ainda mais macia e aerada.

Claro, cada farinha responde de forma diferente. Por isso, vale a pena fazer testes e ajustar a quantidade de água aos poucos. O importante é buscar uma massa elástica, úmida e que ainda permita manuseio com controle.

O papel do azeite, do alecrim e do sal entrefino

O azeite não é apenas um ingrediente — ele é parte da identidade da focaccia. Escolha um azeite extravirgem de sabor suave, mas marcante. Ele vai entrar tanto na massa quanto na cobertura final, realçando o perfume do alecrim e criando aquela casquinha dourada e irresistível.

Quanto ao alecrim, dê preferência ao fresco. Ele libera óleos aromáticos durante o forno que fazem toda a diferença. Já o sal entrefino deve ser jogado por cima antes de assar. Ele não só tempera, como também traz textura crocante a cada mordida.

Equipamentos recomendados: bowl, tapete de silicone, forno com vapor

Você não precisa de equipamentos profissionais para fazer uma boa focaccia de fermentação natural. Um bowl grande, para fazer as dobras com conforto, já é suficiente. O tapete de silicone ajuda a evitar que a massa grude e favorece o assamento uniforme. E, se possível, coloque um tabuleiro com água no fundo do forno — o vapor deixa a crosta mais fina e brilhante.

Com tudo isso em mãos, é hora de colocar a mão na massa.

Como fazer focaccia de fermentação natural: passo a passo completo

A receita de focaccia de fermentação natural pode parecer longa, mas o processo é intuitivo e recompensador. A seguir, você verá como transformar água, farinha, levain e azeite em uma massa cheia de sabor e textura. O segredo está em respeitar os tempos e entender o comportamento da sua massa.

1. Escolha da hidratação ideal para sua farinha

Antes de tudo, defina a farinha que você vai usar. Para farinhas nacionais com boa força (W 280+), a hidratação ideal fica entre 65% e 70%. Já para farinhas importadas mais fortes (W 320+), você pode ir além: 75% a 80%. Lembre-se de que mais água deixa a massa mais leve, mas também exige mais técnica no manuseio.

2. A autólise com azeite: o jeito Cozinha Base

Ao contrário das receitas clássicas, aqui a autólise inclui o azeite logo de início. Misture a farinha, a água e o azeite e deixe essa massa descansar por 30 a 60 minutos. Essa etapa ajuda a desenvolver o glúten de forma natural e, ao mesmo tempo, facilita a incorporação do azeite, especialmente se você estiver fazendo o processo à mão.

3. Incorporação por dobras: técnica sem masseira

Depois da autólise, é hora de adicionar o levain e o sal. Em vez de sovar, você vai usar uma técnica mais delicada e eficiente: as dobras. Dentro de um bowl, puxe a massa pelas bordas e dobre sobre o centro, girando o recipiente a cada movimento. Faça isso por 1 a 2 minutos, até que a mistura fique mais lisa e elástica.

4. Quando e como adicionar o alecrim fresco

Após a primeira rodada de dobras, aguarde cerca de 30 minutos e faça a segunda dobra — desta vez, já incorporando o alecrim fresco. Ele será distribuído na massa conforme as dobras são feitas. Se necessário, repita mais uma dobra após esse estágio. Em geral, duas ou três dobras são suficientes para desenvolver a estrutura.

5. Primeira fermentação em temperatura ambiente

Com a massa já estruturada, cubra o bowl com um pano limpo ou plástico e deixe fermentar em temperatura ambiente. O tempo pode variar de acordo com o clima, mas geralmente leva de 4 a 6 horas até que a massa cresça visivelmente.

6. Fermentação fria e descanso final antes do forno

Depois da primeira fermentação, leve a massa à geladeira e deixe descansar por mais 12 a 24 horas. No dia seguinte, retire da geladeira e aguarde que a massa atinja temperatura ambiente antes de assar. Isso vai garantir uma textura leve e uma estrutura bem formada. Porém, se o tempo estiver curto, também é possível assar direto da geladeira — apenas ajuste as fermentações anteriores para garantir força suficiente.

7. Preparação para assar: temperatura, vapor e finalização

Transfira a massa para uma assadeira untada ou forrada com tapete de silicone. Regue com bastante azeite, adicione mais alecrim fresco por cima e finalize com sal entrefino. O visual já será tentador mesmo antes de assar.

8. Tempo de forno e ajustes de calor

Asse em forno preaquecido a 235 °C por 20 minutos. Em seguida, reduza a temperatura para 180 °C e asse por mais 10 minutos. Coloque um tabuleiro com água no fundo do forno desde o início: o vapor vai ajudar a manter a umidade e formar uma crosta brilhante e delicada.

9. Como saber se a focaccia está perfeitamente assada

A focaccia estará pronta quando estiver dourada por cima, com bordas crocantes e base firme. Ao bater com os dedos, ela deve produzir um som oco. Deixe esfriar sobre uma grade por alguns minutos antes de cortar. Acredite: essa espera vale cada segundo.

Dicas para turbinar sua focaccia com levain

Fazer focaccia de fermentação natural já é uma experiência deliciosa. Mas, com algumas variações simples, você pode deixar a receita ainda mais especial. A massa aceita novos sabores, formatos e coberturas sem perder sua essência artesanal.

Como adaptar a receita para outros sabores

Quer sair do clássico alecrim e azeite? Experimente outras coberturas. Você pode usar tomate cereja fatiado, azeitonas, cebola roxa ou até queijo ralado. Mas se quiser uma ideia diferente, você pode cobrir com uvas frescas, um pouco de açúcar mascavo e alecrim. Fica agridoce e surpreendente. Confia!

Você não precisa mudar a base da massa para isso. Mas evite colocar ingredientes muito úmidos dentro da massa. O ideal é deixar tudo na superfície, para manter a estrutura firme e bem assada.

Quando vale a pena usar prefermento ou biga

O levain líquido já dá ótimos resultados. No entanto, se quiser mais controle na fermentação ou uma casca mais crocante, você pode testar uma biga ou um levain mais firme. Essa técnica é comum entre padeiros que buscam mais precisão.

Quer testar? Use 200g de prefermento firme com farinha forte e ajuste os demais ingredientes da receita. Mas, se está começando, siga com o levain líquido mesmo. Ele é mais prático e funciona muito bem.

Variações de cobertura: tomate, cebola, uva e mais

Aqui é o momento de soltar a criatividade. Além do alecrim, você pode usar:

  • Tomilho, manjericão ou orégano fresco
  • Cebola caramelizada com parmesão
  • Alho confitado e flor de sal
  • Uvas com alecrim e um fio de mel
  • Abobrinha com raspas de limão siciliano

Essas coberturas deixam a focaccia de fermentação natural mais versátil. Ela pode ser servida no café da manhã, no lanche ou até como entrada de um jantar especial.

Considerações finais

Fazer focaccia de fermentação natural é um exercício de paciência e sensibilidade. Cada etapa — da autólise ao forno — pede atenção, mas devolve em sabor, textura e aroma algo que nenhum fermento industrial pode oferecer. O tempo deixa de ser um obstáculo e vira ingrediente.

Mais do que seguir uma receita, você acaba criando um ritual: misturar, dobrar, esperar, sentir. E quando a focaccia sai do forno crocante, dourada e perfumada com alecrim, você entende que valeu a pena. Então, escolha sua farinha, alimente seu levain e prepare-se para viver essa experiência. A próxima fornada começa agora.

Então, se você curtiu essa receita de focaccia de fermentação natural, não deixe de acompanhar o blog e também de me seguir nas redes sociais: YouTube e Instagram.

FAQ sobre focaccia de fermentação natural

Posso usar levain recém-alimentado na focaccia?

Sim, mas é melhor esperar de 4 a 6 horas após o refresco, quando o levain atinge seu pico de atividade. Assim, ele garante uma fermentação estável e uma massa mais leve e aerada.

Qual a melhor farinha nacional para essa receita?

Prefira farinhas com W acima de 280, como Moinho Globo ou Venturelli. Porque elas suportam hidratações maiores e desenvolvem uma boa estrutura na focaccia de fermentação natural.

Como conservar a focaccia depois de assada?

Guarde em saco de papel ou pano limpo por até 2 dias fora da geladeira. Para manter a textura, evite plástico. Se sobrar, aqueça por 5 minutos no forno antes de servir.

Dá pra fazer a focaccia direto, sem fermentação a frio?

Sim, mas a fermentação fria aprofunda o sabor e melhora a textura. Mas se quiser pular, aumente o tempo de fermentação em temperatura ambiente até dobrar de volume com firmeza.

Preciso mesmo usar tapete de silicone e vapor no forno?

Não é obrigatório, mas faz diferença. Porque o tapete ajuda na base da massa e não gruda. E o vapor cria uma crosta fina e brilhante. Sem eles, a focaccia ainda fica boa, mas muda a textura final.

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Fabricio Eller

Fabrício Eller é Chef de Cozinha e fundador do Casebre do Jack, restaurante referência em carnes na brasa. Compartilha sua vivência na cozinha profissional nas redes sociais e no site Cozinha Base, onde publica conteúdos sobre gastronomia, gestão e negócios ligados ao setor. 

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Fabrício Eller é Chef de Cozinha e fundador do Casebre do Jack, restaurante referência em carnes na brasa. Compartilha sua vivência na cozinha profissional nas redes sociais e no site Cozinha Base, onde publica conteúdos sobre gastronomia, gestão e negócios ligados ao setor. 

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Fabricio Eller é chef de cozinha e fundador do Casebre do Jack, restaurante referência em carnes na brasa. Compartilha sua vivência na cozinha profissional nas redes sociais e no site Cozinha Base, onde publica conteúdos sobre gastronomia, gestão e negócios ligados ao setor.

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